Entenda
o ebola
O
que é o ebola?
É uma doença
causada por vírus, que pode ser fatal em até 90% dos casos. A morte geralmente
ocorre por falhas renais e problemas de coagulação, em até duas semanas após a
aparição dos primeiros sintomas.
Como
se contrai o vírus?
Ele é transmitido
pelo contato direto e intenso com sangue e fluidos corporais (como suor, urina,
fezes e sêmen, por exemplo) de pessoas contaminadas e de tecidos de animais
infectados. Até o momento, não há notícias de pessoas que transmitiram o vírus
antes de apresentarem os sintomas.
Quais
os sintomas mais comuns?
Febre repentina,
fraqueza, dor muscular, dor de cabeça e inflamação na garganta. Depois, vômito,
diarreia, coceira, deficiência hepática e renal e, em alguns casos, hemorragias
internas e externas. O período de incubação costuma ser de dois a 21 dias, ou
seja, esse é o tempo que pode levar para a pessoa infectada começar a
apresentar os sintomas.
O
que é um caso confirmado?
Um caso suspeito
com resultado laboratorial positivo para o vírus ebola realizado em laboratório
de referência.
O 1º
exame negativo descartada a doença?
Não. O descarte só
é feito após dois exames laboratoriais negativos com intervalos de 48h entre
eles.
Qualquer
unidade de saúde pode colher sangue para teste?
Não. Esta doença é
de notificação compulsória imediata. O Ministério da Saúde recomenda que, em
caso de suspeita, a pessoa seja isolada e o ministério, acionado imediatamente
para que o paciente seja levado a uma unidade de referência. Somente neste
local pode ser feita a coleta de sangue.
Qualquer
laboratório pode manipular o sangue de um caso suspeito?
Não. Apenas um
laboratório no Pará tem nível internacional de segurança 3 e, por isso, é o
único credenciado pelo Ministério da Saúde para manipular e diagnosticar vírus
ebola.
Como
transportar pacientes suspeitos e/ou confirmados com ebola?
Uma ambulância é
previamente envelopada (seu interior é coberto por plástico para que não haja
contato dos instrumentos com o paciente). Durante o transporte, tanto o
paciente quanto a equipe médica e o motorista utilizam Equipamentos de Proteção
Individual (EPI): macacão de tyvek, protetor facial, bota, luvas, entre outros.
O
paciente deve ser colocado na ambulância em maca-bolha?
Não há essa
indicação técnica, já que a doença não é transmitida pelo ar e os profissionais
de saúde estão usando todos os EPIs indicados no protocolo.
O
que é feito quando há confirmação de caso de ebola?
Os pacientes devem
ser mantidos isolados, em suporte intensivo, em hospitais de referência para
tratamento de doenças infecciosas graves. Todo e qualquer profissional de saúde
que tiver contato com o paciente deve estar usando EPI.
O
ebola tem tratamento específico?
Não. Em geral os
médicos recorrem a medicamentos para aliviar os sintomas, mas a cura depende do
organismo do paciente. Existem apenas remédios e vacinas experimentais sendo
testados no Canadá e nos EUA. O Zmapp, publicado no meio científico desde 2012,
foi usado em humanos pela 1ª vez no surto atual, já que a OMS só libera o uso
de medicamentos de alto risco em situações extremas.
Existe
risco de epidemia de ebola no Brasil?
O risco é
extremamente baixo. Mesmo que haja casos confirmados isolados, a adoção de
protocolos de isolamento, monitoramento e bloqueio evita a ocorrência de surto.
Quais
países têm mais casos de ebola?
Guiné, Libéria e
Serra Leoa vivem surtos de ebola, e há casos na Nigéria e no Congo. EUA,
Espanha e Reino Unido levaram compatriotas infectados para tratamento em seus
países.
Como
pode ser feita a notificação de um caso suspeito?
O Ministério da
Saúde disponibilizou alguns canais para profissionais de saúde: o telefone 0800
644 6645 e o e-mail notifica@saude.gov.br. A população pode usar o número 136.
Fonte:
Ministério da Saúde, Médicos Sem Fronteias e entrevista com o doutor em
microbiologia Atila Iamarino.